10 de mai. de 2015

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS: INSTRUMENTO VERGONHOSO!

Setores da opinião pública nacional criticam o STF, entendendo que este age de forma generosa na aplicação de penas privativas de liberdade contra os políticos processados e condenados naquela corte. Em nosso entendimento, as condenações significam avanço significativo, considerando que em nenhum momento da história brasileira políticos detentores do poder foram julgados e condenados pela nossa justiça.
Alias, causa espécie o fato de outros tribunais não agirem da mesma forma.
No Tribunal de Justiça de Minas Gerais, dormita em aconchegantes gavetas o processo do chamado mensalão mineiro, beneficiando com a chamada prescrição os seus envolvidos, dentre eles o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo do PSDB. As mesmas gavetas, em tribunal diferente, o TJ de São Paulo, acolheram de forma carinhosa processos contra o deputado estadual do PSDB, Barros Munhoz indiciado em trinta e três processos, acusado de improbidade administrativa. Condenado em primeira instancia, os recursos junto ao TJ, foram propositalmente retirados de pauta, ficando três anos com vistas para um desembargador e quando foi a julgamento, se encontravam prescritos, livrando o deputado tucano das penas a que havia sido condenado.
Em Bauru mesmo, a comunidade aguarda o julgamento dos recursos, daqueles que saquearam os cofres da Associação Hospitalar de Bauru – AHB-, ligados ao PSDB e que se encontram em liberdade, andando pelas ruas da cidade e sorrindo ironicamente, com sentimento de impunidade perene. Não sabemos o que pior, se a certeza da culpa ou a duvida perene da inocência, em casos de prescrição.
Os beneficiados pela prescrição carregarão pelo resto de suas existências uma interrogação na testa, visível por onde andarem, ocasionando dúvidas sobre sua seriedade e honestidade, no manuseio de recursos públicos, encontrado sempre pelo caminho pessoas que os interpelarão sobre a licitude de suas condutas.
Este instrumento tacanho e desonesto dos dois pesos e duas medidas, não pode continuar prosperando em nosso pais. Qual a diferença entre o pretendo corrupto do PT e do PSDB?
Se ambos meteram a mão nos cofres públicos, ambos têm que ser condenados.
Testemunhas de acusação contra dirigentes tucanos, não são localizadas pela Justiça, para confirmarem o recebimento de vantagens pecuniárias e nada é feito, buscando a punição destes.
Onde anda esta testemunha?
Escondida ou morta?
A Justiça tem que investigar com celeridade esta situação, ainda mais que em Minas Gerais existe uma tradição de esconder com maestria, defuntos.
Queremos sim, justiça e punição exemplar para todos aqueles que façam ou tenham feito maracutaia com dinheiro publico, entretanto, de forma uniforme, igualitária, sem distinguir Pedro de João. Não dá para continuar vendo, tucanos rindo na cara do povo, em virtude da prescrição de seus crimes, e o pior, convocando com deslavada cara-de-pau os brasileiros a saírem para as ruas e protestarem contra a corrupção.

Não tem moral para isto e tiram a credibilidade das manifestações populares.

7 de mai. de 2015

A ESPERANÇA NÃO VAI CORRER!

Dorival Gonçalves Santos Filho, professor e doutorando em linguística tem uma história de vida que certamente causa arrepios aos coxinhas.Com quatro anos de idade adentrou a pré-escola, ao mesmo em que conhecia o lixão de Piedade-Sp., já que por desespero e fome a mãe reuniu os cinco filhos, indo ver se achava alguma coisa que aproveitasse para o sustento da família. Aos cinco anos, percorria as ruas da cidade, catando latinhas para vender aos ferros-velhos e sustentar de forma precária a família. Sem nenhuma perspectiva de vida, voltou ao lixão para trabalhar, catando recicláveis. Ainda saia pelas ruas da cidade, vendendo alface que a mãe cultivava no fundo do quintal e depois, foi trabalhar na lavoura, interrompendo os estudos na 8ª série do ensino fundamental, pela necessidade de trabalhar e colaborar com a subsistência da família. De acordo com entrevista concedida a jornalista Daniela Jacinto, do jornal Cruzeiro do Sul de Sorocaba, Dorival afirma textualmente que tão-somente voltou a estudar, quando a família começou a receber o Bolsa-Família. Graças a este programa social conseguiu terminar o ensino fundamental  e no último ano do ensino médio começou a ser incentivado por professores, para prestar vestibular e tentar o PROUNI, pois viam nele um enorme potencial para ser professor. Estudando com os livros de sua biblioteca particular, passou o ano se preparando, passando no vestibular para cursar Letras na UNESP. Dorival relembra a primeira aula que ministrou , em um Colégio de Santa Catarina:
 “ Foi surreal quando entrei numa sala de aula como professor. Tive que conter as lágrimas”.
Emocionante a história de vida de Dorival e confesso que chorei ao ler a bela matéria de Daniela Jacinto, que já está recortada e guardada em meus arquivos, como preciosidade para o amanhã.
Resolvi relatar este caso, para divulgá-lo o máximo possível, como exemplo de perseverança de alguém que não foi bafejado pela decantada sorte, ao nascer. Ao escrever, recordo-me de frase escrita pelo revolucionário bauruense, Márcio Leite de Toledo, o Carlos, da Ação Libertadora Nacional – ALN -, que em carta escrita aos pais, afirmava:
“ Não vou ficar sentado esperando de forma paciente o futuro  que o destino me reserva e sim, vou lutar para ter o futuro que desejo”.
Márcio não teve oportunidade de usufruir do futuro que ajudou a construir, tendo a vida ceifada pelos próprios companheiros de organização, com a absurda alegação de estaria vacilando na luta contra a Ditadura e que desta forma, poderia vir a trair a organização. Dorival, ao contrário, conseguiu realizar um sonho que julgava impossível e mostra-se eternamente grato aos projetos sociais implantados por Lula, no comando do Brasil. Tenho a absoluta certeza que por todo o Brasil, encontraremos centenas, milhares de casos parecidos com o de Dorival, de pessoas oriundas das classes tidas como menos favorecidas e que graças à Bolsa-Família, ao PROUNI conseguiram estudar e se formar.
E a quem incomoda esta situação?
Ao decadente baronato nacional e seus legítimos representantes na vida partidária nacional, sem sombra de dúvidas. O PSDB, o DEM que adentraram na justiça com o proposito de acabar com o PROUNI, com o MAIS MÉDICOS e outros projetos sociais do governo federal. Estes que vivem chamando o Bolsa-Família de Bolsa Esmola, inconformados com a pequena melhoria de qualidade de vida de boa parte do povo brasileiro. Existem, claro, coisas erradas na condução da politica nacional e estas distorções precisam ser corrigidas, entretanto, não podemos desmerecer aquilo que tem dado certo.

Dorival me fez viajar ao passado, recordando-me de um telefonema que atendi no Comitê Eleitoral de Tuga Angerami, durante a campanha eleitoral de 2000, para a Prefeitura de Bauru. Um senhora muito emocionada queria conversar com o Tuga, para contar que seu filho que havia se iniciado na musica, nas Oficinas montadas pelo Conselho de Ação Cultural – CAC -, embrião da Secretaria da Cultura, comandado pelo companheiro Ivonyr Rodrigues Ayres, o Ivo, havia dado sequencia aos estudos na área e acabado de conquistar um bolsa de estudos na Orquestra Sinfônica de Barcelona. Em nossa Bauru, o C.A.C. era tão criticado nos anos 80, como o Bolsa-Família de hoje e claro, as criticas vinham da burguesia decadente que achava e acha que cultura e educação, não são coisas para pobre.