José Maria Marin, atual presidente da CBF, está a muito tempo no meio politico, tendo sido deputado e governador de São Paulo em 1982, substituindo Paulo Maluf que se afastou para disputar uma cadeira de deputado federal e eleito, conquistar a sonhada imunidade parlamentar para retardar as ações judiciais contra si, decorrentes de suas insanas medidas no comando de nosso estado. Anteriormente, em meados da década de 70, Marin havia na qualidade de deputado estadual da ARENA, cobrado da Tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo, providencias dos órgãos de repressão política e por parte do delegado Sergio Fleury contra os comunistas, que segundo o deputado ocupavam espaços na TV Cultura. De tanto denunciar os jornalistas comunistas, a polícia politica da ditadura prendeu diversos e o resultado todo mundo sabe. Wladimir Herzog, o Wlado, não resistiu a tortura e morreu, com a repressão tentando de forma desesperada, maquiar as razões de sua morte e tentando vender para a opinião publica a ideia de que Wlado havia se suicidado. Aliás, faço um parênteses para recomendar a leitura do livro “ As duas mortes de Wlado” de autoria do companheiro e irmão Audálio Dantas, o melhor livro publicado até hoje sobre este triste episodio. Depois de ser governador, Marin continuou a disputar cargos públicos e sendo derrotado na maioria das vezes, fato este que o levou a buscar novos ares, escolhendo ser cartola de futebol. Acabou sendo um dos vices de Ricardo Teixeira e na renúncia deste, acabou assumindo a presidência da CBF, pelo fato de ser o mais idoso entre os vice-presidentes da entidade que comanda o futebol brasileiro. E na CBF, em cujo comando permanece até Abril do próximo ano tem dado as cartas, como se fosse o dono do futebol brasileiro. E o Pais do Futebol assiste atônito as suas estapafúrdias decisões, demonstrando total distanciamento daquilo que o apaixonado torcedor brasileiro pensa e quer. Primeiro paga ao ex-presidente, Ricardo Teixeira a módica importância de R$ 120.000,00 reais mensais, para que este diretamente dos EUA, preste assessoria a entidade que presidiu por longos anos, em uma verdadeira farra do boi com o dinheiro do futebol e agora, contrata Dunga e Gilmar Rinaldi para comandarem o futebol brasileiro. Dunga com a missão clara de criar casos com a imprensa, buscando tirar o cartola-alcagueta do cenário, tentando desta forma desviar a atenção e mais uma vez impedir que o Poder Público , por meio do Congresso Nacional, venha a investigar as maracutaias da CBF, que está com os cofres cheios, afinal, só pelo vexatório quarto lugar na COPA 2014 recebeu a bagatela de US$ 20 milhões.
Ora, muito se fala nos dias atuais, da exploração da mão de obra infantil e vemos os empresários contratando crianças que despontam como craques de futebol, aprisionando-os por toda uma possível carreira e isto com concordância dos pais. Ora, estes empresários não estariam explorando a mão de obra infantil? Digo isto, pois o coordenador de seleções Gilmar Rinaldi é empresário de futebol e nem se a “velhinha de Taubaté”, personagem de Luis Fernando Verissimo fosse viva, acreditaria que o mesmo abandonou a rendosa carreira para trabalhar na CBF. Ultimamente, por nossa participação no livro Futebol & Ditadura, editado pelo Centro Cultural do Ceará Sporting Clube, temos participado de muitas atividades ao lado de jogadores que fizeram sucesso no passado e todos ele, sem exceção, são ásperos críticos dos tais empresários que hoje dominam os clubes brasileiros, desde a base até o profissional. A CBF gasta verdadeira fortuna para manter sua estrutura, inclusive com pagamento a seus cartolas, e a opinião pública nada sabe sobre sua contabilidade. A movimentação financeira desta entidade é um dos segredos mais bem guardados deste pais. Quando o ex-jogador Zico, o Galinho de Quintino, propôs que a CBF criasse um fundo para assistir aos ex-atletas em dificuldades financeiras, Marin e seus comparsas de direção da CBF fazem de conta que são surdos e cegos, nem se dando ao trabalho de comentar a sugestão. Gastar dinheiro com ex-atletas, não é o desejo deste misto de cartola com alcagueta, que hoje, prepara a sua sucessão, para que em Abril do próximo ano, o tal de Del Nero continue a sua nefasta administração do futebol brasileiro.
Que a CBF deixe de ser o feudo de políticos frustrados é o nosso sonho. Tão utópico quanto ver o socialismo implantado em nossa Pátria, entretanto, ninguém pode nos proibir de sonhar. Queiram ou não, continuaremos a sonhar com um futebol brilhante de nossos compatriotas, recheado de gols e conquistas, sem a presença de empresários e de cartolas, que buscam somente as benesses pessoais.
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