Análio Gilberto Smith era bastante conhecido em nossa cidade, no final dos anos 50 e início dos anos 60, quando defendia a equipe de basquete masculino de Bauru. Como acadêmico de Direito, foi dirigente do Centro Acadêmico IX de Julho e um dos refundadores do Partido Socialista Brasileiro no ano de 1962, tendo sido o seu presidente. No ano de 1963, o PSB presidido por Análio lançou a candidatura do então jovem Edison Bastos Gasparini, para a vice-prefeitura, sendo que na época as votações eram realizadas separadamente e muitas vezes adversários politicos eram eleitos para os cargos de prefeito e vice. Igualmente, a época o cidadão podia se candidatar a diferentes cargos e Gasparini igualmente foi candidato à vereador, cargo para o qual foi eleito. Para a vice prefeitura, na ocasião foi eleito o radialista Horácio Alves Cunha e para prefeito, o médico Nuno de Assis. Análio, como advogado formado especializou-se na área trabalhista e desenvolvia suas atividades na maioria dos sindicatos e associações classistas da cidade e região, em parceria com Joaquim Mendonça Sobrinho. Por ocasião do Golpe Militar de 1º de Abril de 1964, foi implacavelmente perseguido pela Frente Anti Comunista – FAC – e obrigado a se refugiar. Os lugares onde a policia política e a FAC entendia que Análio pudesse estar escondido, como a Fazenda São Joaquim, de propriedade do pai de Joaquim Mendonça, na vizinha cidade de Arealva que teve a mata a beira do rio metralhada em busca daquele jovem que consideravam perigoso. Ao retornar a Bauru, dois meses após o Golpe encontrou seu escritório saqueado e lacrado, com tabuas pregadas no batente da porta de entrada. Preso e indiciado na Lei de Segurança Nacional acabou por ser absolvido pelo então juiz de direito, Antonio Macedo de Campos. Entretanto, até hoje, em sua ficha criminal, o popular DVC. Mudou-se para o Paraná, onde conseguiu se empregar na Usina Central de Porecatu. Na solenidade de inauguração de novas instalações da Usina, foi reconhecido por um diretor do Instituto do Álcool e Açucar, integrante da FAC e foi demitido de seu emprego. Ante todos os embaraços e contratempos encontrados durante estas cinco décadas, emocionou-se no momento em que a conselheira Sueli Bellato lhe pediu desculpas, em nome do povo brasileiro, pelas perseguições sofridas e o declarou anistiado político brasileiro.
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