Nesta data, em 1971, um comando da Ação Libertadora Nacional – ALN -,sob a liderança de Carlos Eugenio Coelho Sarmento da Paz, o Clemente, na tranquila rua Caçapava nos Jardins, abatia a tiros o militante e guerrilheiro urbano Márcio Leite de Toledo, o Carlos. Segundo o idealizador de sua morte, Márcio estava querendo mudar de organização revolucionária e como havia pertencido ao Comando Nacional, possuía muitas informações. Transformou o descontentamento interno em uma possível traição futura.
Episódio lamentável para a esquerda brasileira que carrega o cadáver insepulto de Márcio para todo o sempre.
O “justiçado” era oriundo de família de classe média alta e abandonou o conforto da lar e que a família poderia proporcionar para treinar guerrilha em Cuba, em busca de conhecimento teórico e pratico para lutar pela liberdade e democracia em nosso Brasil.
A morte de Márcio virou um tabu para a esquerda brasileira, e suas lideranças sempre buscaram ignorar o episódio, colocando o falecido no limbo da história, não conspurcando e muito menos defendendo sua memória. Depois de muita luta, discussão, um grupo de amigos conseguiu marcar para o próximo dia 8 de junho, no Memorial da Resistência em São Paulo, no antigo prédio do DOPS, com a finalidade de colocar com a dignidade que merece, o nome de Márcio na galeria daqueles que perderam sua vida em decorrência do regime militar. O Núcleo Memória e Verdade; o Fórum Permanente dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo; o Centro de Estudos Sociais e Politicos Nossa Memória, Ninguém Apaga; militantes socialistas de Bauru estão organizando este evento voltado única e exclusivamente ao resgate da história e da vida de Márcio Leite de Toledo.