22 de fev. de 2015

O FAMOSO JUIZ LALAU ERA O TESOUREIRO DA OBAN.

Acabo de ler o livro Alexandre Vanucchi Leme, escrito pelo professor Aldo Vanucchi e recentemente lançado. Alexandre, jovem estudante de geologia da USP, morto sob torturas nas dependências da OBAN de São Paulo, no ano de 1973, havia sido operado de apendicite e com as torturas comandadas por Carlos Alberto Brilhante Ustra, o local da cirurgia rompeu, ocasionando hemorragia e morte. Claro que a versão oficial apresentada na época foi diferente, com a divulgação de que Alexandre tentou fugir da policia politica, acabando sendo atropelado por um caminhão. Entretanto, a leitura agradável deste livro acabou por ocasionar surpresas, com a denúncia formulada pelo professor Aldo Vanucchi de que o tesoureiro da OBAN, o responsável por arrecadar dinheiro para financiar a tortura contra os opositores do regime militar era o então jovem, Nicolau dos Santos Neto, que se tornou conhecido pelo sugestivo apelido de Lalau, e os desvios de verba que realizou quando a frente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. Não se sabe, se como tesoureiro da OBAN igualmente desviou dinheiro arrecadado da classe empresarial e destinado a equipar, manter o centro de tortura de triste memoria. A revelação, nos deixa intrigados, pois todos sabem que as grandes empresas eram forçadas a doarem dinheiro para os órgãos repressivos, se equiparem e poderem combater aqueles que teimavam em ser oposição ao regime militar.
Algumas empresas colaboravam até de forma espontânea, inclusive uma famosa indústria gráfica de Bauru, que sustentava as atividades da FAC – Frente Anticomunista -, sendo certo que os sentimentos antinacionalistas continuam impregnados no clã do seu fundador, não custando recordar recentes declarações de um de seus netos, onde este afirmou textualmente que estaria rezando para o avião da presidenta Dilma cair. Fica claro e latente, a preocupação da decadente burguesia nacional, em preservar seu status, fornecendo armas e dinheiro, em tempos passados, para colaborar com um governo ilegítimo e hoje, até rezando para um falso Deus, para que um governo comprometido com os interesses populares, seja desestabilizado.
O tempo está comprovando os desajustes morais e psicológicos destes representantes do falido baronato nacional. Enquanto aquele que era o tesoureiro da repressão, coletando dinheiro para torturar brasileiros que ousavam lutar contra a ditadura, outros, rezam para um Deus paraguaio, para que um avião caia.
Decadência total, de pessoas acostumadas e viciadas com o totalitarismo.
Muita coisa está errada no governo Dilma, entretanto, até a coxinhada tem liberdade para criticar, falar mal e até ofender. No governo, que eles financiaram, quem criticava era preso, torturado e morto.