O tabuleiro da sucessão
presidencial começa a se movimentar, com os analistas dos grandes partidos,
atentos a toda e qualquer movimentação dos adversários e aos deslizes dos
aliados e quem pensa que o quadro está definido, com os candidatos até agora apresentados,
pode estar redondamente enganado, pois mesmo com as candidaturas já
registradas, alterações podem surgir a qualquer momento, desde que não atinjam
o crescimento desejado por seus mentores. Sinal de alerta, está aceso na
campanha do tucano Aécio Neves, ante a declaração de FHC a um jornalista de o
Estado de São Paulo, dizendo que o mineiro é nanico politicamente e que jamais
será um estadista.
Não podemos nos esquecer que FHC
é um dos cardeais tucanos e que sua opinião costuma ser respeitada no ninho,
além de ter como eterno aliado o candidato ao senado, José Serra e quem conhece
o jeito de fazer politica deste, sabe muito bem que jamais deixou de almejar a
Presidência da República e que em sua vida pública, sempre agiu como verdadeiro
trator, para tirar de sua frente os obstáculos que pudessem atrapalhar seus
planos. Em 2002, um acordo entre os partidos da base do governo de FHC, dizia
que seria candidato a presidente, o candidato que na época das convenções
partidárias estivesse melhor pontuado nas pesquisas de opinião pública e
Roseane Sarney bombava nas intenções de voto e acabou sendo surpreendida pela
“visita” da polícia federal ao escritório comandado pelo marido, onde foi
apreendida grande valor em dinheiro e a partir deste fato, sua candidatura
naufragou abrindo espaço para Serra.
Estranho que somente agora surjam
as denúncias da construção de aeroportos, com verbas do Estado de Minas Gerais
em propriedades de familiares de Aécio Neves e que vídeos onde o tucano aparece
visivelmente embriagado, estejam sendo divulgados. Não vai demorar para
aparecer imagens de quando foi pego pelo bafômetro nas ruas cariocas e impedido
de continuar dirigindo. Interessante deixar registrado que a classe dominante
em nosso país, na incessante busca de recuperar seu poder de mando junto aos
governantes, continue a insistir na sua candidatura. Claro que continuarão com
esta postura, por entenderem mais fácil manobrar um mauricinho envelhecido do
que alguém com postura ideológica definida. Aliás, a embalagem falsa de bom
menino não reveste apenas o tucano, e também, o ex-governador pernambucano
Eduardo Campos.
Risível os discursos dele e de
sua vice, Marina ao inaugurarem a casa de Eduardo e Marina, na cidade de
Osasco, afirmando que estes comitês domiciliares eram oferecidos pelo povo que
queriam mudança no país. Na sequencia, entrevistaram o dono da casa e este ao
ser perguntado sobre porque havia cedido sua residência, foi taxativo na
resposta: quero ver se ganho algum. Os pretensos socialistas estão inaugurando
o voluntariado pago, acreditando que o povo é besta, ignorante e não percebe as
maracutaias que cercam estas campanhas eleitorais. Ora, prometem melhorar a
vida dos brasileiros, manter o Minha Casa, Minha Vida, o Mais Médicos e o Bolsa
Família, projetos criticados pela burguesia decadente, e mais, amplia-los.
Quanta hipocrisia!
Os tucanos se arvoram como
proprietários da ética e da moralidade, entretanto, deixam a desejar nestes
quesitos e isto vem desde sua fundação e das primeiras eleições disputadas. Não
podemos nos esquecer que para tentar salvar a derrotada candidatura de Mário
Covas, ao Governo do Estado de São Paulo, em 1990, inventaram o tal de misto
quente, com Covas governador e Suplicy para Senador, abandonando a candidatura
de Montoro ao Senado, em verdadeira traição contra um dos fundadores da
legenda. São morais e éticos, entretanto, obstaculizam a tentativa de formação
de qualquer CPI na Assembleia Paulista. Para encerrar, uma pergunta fica no ar:
de quem é a fabrica de tornozeleiras eletrônicas utilizadas pelos presos
paulistas em suas saidinhas.
Não vale citar parentes de
parlamentares tucanos, eles são éticos!