REFORMA DA CAMARA MUNICIPAL

A mesa diretora da Camara Municipal nomeou uma comissão formada por três vereadores, presidida por Lima Junior do PSDB, para cuidar e acompanhar as reformas que se fazem necessárias no prédio da edilidade bauruense para se adequar as exigências mínimas para se conseguir o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros. A execução das reformas necessárias devem consumir R$ 100.000,00 , sendo que duas das principais exigências dos bombeiros para que a nossa Casa de Leis esteja em condições de segurança são a instalação de hidrantes, exigida para prédios com mais de 750 metros quadrados e a implantação de uma caixa d’água com capacidade para 10.000 litros, além de alarme de incêndio e alargamento de suas portas com a finalidade de se adequarem as normas de segurança para as saídas de emergência. Ao valor de cem mil reais estimados para esta reforma emergencial em busca de segurança para o prédio, deve-se somar os valores que estão sendo gastos para reforçar a estrutura do prédio, comprometido com rachaduras. Mesmo com todas as reformas e os gastos com elas, os vereadores não descartam a possibilidade de construção de um novo prédio para abrigar o legislativo. Fica a pergunta no ar, se pretendem mudar a sede do legislativo, construindo-se um novo prédio para que gastar esta verba na reforma do atual prédio?

O presidente Sandro Bussola admite que são grandes as possibilidades de se iniciar em sua gestão, a construção de um novo prédio que tem o amplo apoio dos vereadores e justifica mesmo assim as reformas, alegando que além das condições de segurança para funcionários, vereadores e público que freqüenta a Camara, com a mudança, um outro órgão publico deverá ocupar o prédio que tem que estar estruturado para recebê-lo.Neste aspecto é louvável a iniciativa de preservar o imóvel, ao invés de deixá-lo se deteriorando, afinal trata-se de um patrimônio público. Não custa recordar que o atual prédio foi construído para abrigar o Fórum da comarca e na década de 80 foi doado ao município pelo ex-governador Franco Montoro.A comunidade aguarda que a reforma seja realizada com os pés no chão, visando a segurança do mesmo em todos os seus aspectos, sem a inclusão de itens supérfluos, afinal o dinheiro publico merece respeito.

Mário Godoy, o destemido

Quem conheceu Mario Franco de Godoy, ex-vereador de Botucatu, líder ferroviário da Estrada de Ferro Sorocabana, perseguido e preso por diversas vezes em decorrência de sua militância política, conhece muito bem sua coerência política e ideológica. Por decreto do então governador de São Paulo, Ademar de Barros, teve sua aposentadoria cassada com fundamentação no Ato Institucional de 9 de Abril de 1964 e foi trabalhar como fiscal de bilheteria de cinemas, viajando por todo o pais, acompanhando os filmes de sucesso. Culto, sereno e equilibrado, Mário era respeitado não somente por seus companheiros de militância dentro do Partido Comunista Brasileiro e sim, por todos aqueles que com ele conviveram, no sindicalismo, na vida publica e na particular. No ultimo sábado, recebeu a visita do militante político e historiador, João Carlos Figueiroa e com este, marcou uma entrevista a ser realizada amanhã, ocasião em que falaria de sua história de vida, de suas viagens como sindicalista aos países do leste europeu, nos anos 50 e com certeza, esta entrevista seria uma verdadeira aula de história. Não deu tempo, o guerreiro destemido Mario partiu deste plano espiritual na última quarta-feira, tendo sido sepultado no mesmo dia, na cidade de Botucatu. Por ironia do destino, eu estava no Arquivo Histórico de São Paulo, retirando do Fundo DOPS cópias de suas inúmeras fichas arquivadas no extinto órgão de repressão política, com a finalidade de instruir seu processo de Anistia, junto ao Ministério da Justiça. É mais um camarada que parte, sem ver seus direitos trabalhistas solapados pela tirania arbitrária dos militares, restabelecida.

A luta continua, camarada Mário Godoy.