24 de abr. de 2014

O MÉDICO ERROU FEIO E NÃO É CUBANO!

Inicialmente, solicito desculpas aos leitores do blog, pelo sumiço. A explicação está abaixo. Um grande abraço a todos.
 
Quem me conhece, sabe que sou um gotoso crônico que vive sofrendo com as crises da tal da gota e o pior, em  meu caso, é que surgiram em diversas partes do corpo os chamados “tofos gotosos”, que na realidade se assemelham a caroços, que nada mais são que concentrações do ácido úrico. Começaram a incomodar especialmente os localizados no pé esquerdo e, depois de muita relutância, resolvi procurar um especialista e providenciar a retirada. O médico, de excelente reputação me tranquilizou, afirmando que a cirurgia era simples e que seriam necessários pouco mais de uma semana para repouso e retomar a vida normal. Animado, realizei os exames solicitados e marcamos a cirurgia para 10 de fevereiro passado. Confesso que estava tranquilo demais, e até dormi na antessala do centro cirúrgico, mesmo estando em uma desconfortável maca. Assustei quando acordei da anestesia, ainda dentro do centro cirúrgico e visualizei um relógio marcando 13:00 horas, afinal, a previsão era de uma hora para a duração da cirurgia e haviam se passado três. Encaminharam para o quarto, onde dormi, sendo agradavelmente acordado por DoceAna que havia saído, ante a garantia de que iria para o quarto somente  as 15:00 horas. Ficamos conversando, aguardando a hora de ir para casa, afinal a cirurgia era tão simples que não necessitava de internação. No final do dia, vim para casa, tranquilo e esperançoso de que em poucos dias estaria retomando minhas atividades. O médico determinou que fosse ao seu consultório na quinta-feira, 13 de fevereiro, entretanto, na quarta, ao caminhar até o banheiro, o pé sangrou em demasia e claro, preocupado, liguei para o médico e este mandou passar uma faixa, bem apertada, sobre as outras ataduras e comparecer no dia seguinte ao seu consultório. Assim, como paciente obediente, o fiz. Na quinta, ao começar tirar as ataduras que protegiam a cirurgia, o doutor assustou com o mau cheiro que impregnava no ambiente. Era meu pé, necrosando e fedendo.
Triste constatação.
O médico, com semblante assustado, disse que o ideal era procurar um cirurgião plástico, pois o fechamento da cirurgia estaria com problemas. Assim o fiz, procurando o doutor Marcelo Mendes, que gentilmente abriu um espaço em sua atribulada agenda para me examinar e chegou à conclusão de que deveria me internar. Depois de conversarmos, ligamos para o médico que havia me operado e fomos informados que o mesmo estava de férias e assim, não poderia solicitar minha internação. Como o cirurgião plástico não atende pelo meu convênio, acabei sendo encaminhado para o Dr. José Roberto Rossini Sobrinho, vascular que me internou imediatamente. Foram 11 dias de hospital, os primeiros de combate diuturno a uma infecção que se alastrava pelo meu organismo. Ainda, decorridos 75 dias da cirurgia, estou em tratamento intensivo para fechamento da úlcera formada, impossibilitado de caminhar e na esperança de um amanhã melhor. 
Tenho palavras de gratidão aos doutores Marcelo Mendes e em especial, ao Dr. Rossini pelo tratamento e carinho dispensado, no combate as consequências do primário erro médico ocorrido durante a cirurgia. Ora, quando o governo federal busca implantar o Mais Médicos, vemos setores de branco tentarem se mobilizar contrariamente, especialmente na questão de médicos cubanos, alegando que estes não possuem qualificação para atenderem o povo. Cabe uma pergunta: e este médico brasileiro que me operou, constatando um grave infecção em meu pé e não ministrando antibióticos para combatê-la tem a qualificação necessária? Em Cuba, se o medico cometer um erro primário deste, colocando em risco a vida de um paciente, será processado e julgado. E aqui? Aqui o cidadão faz a cagada e vai salgar os miúdos na praia! Brincam com a saúde de nosso povo e desfilam sorridentes pelas ruas, como se nada tivesse acontecido. A grande e triste realidade é que muitos médicos enxergam a medicina como negócio e buscam como diz o caipira, enricar no seu exercício. O companheiro Fernando Casadei, costuma dizer que o principio básico para o cidadão exercer a medicina é gostar de gente e neste período que passei em busca de solução para meu problema encontrei seres vestidos de branco cujos semblantes demonstravam que estavam com nojo daquilo que viam, no caso, meu pé necrosado e fedendo. Vi de perto, seres desprezíveis que jamais poderiam ser chamados de médicos e muito menos de humanos. O médico brasileiro, em sua grande maioria é mercantilista, demonstrando descomprometimento com a saúde pública e quem esteve presente na inauguração da UPA do Núcleo Geisel em Bauru, teve a desagradável oportunidade de ver o presidente de uma Cooperativa Médica, que hoje se diz socialista, chutando as portas da unidade médica, demonstrando seu inconformismo com o avanço da saúde pública, em um retrato daquilo que deseja sua categoria. Aliás, falando em cooperativa, esta dos médicos merece uma investigação. Gastam fortunas, realizando doações milionárias para médicos candidatos, buscando formar uma bancada forte em todos os níveis do parlamento em defesa da medicina privada e com certeza, o dinheiro de seus associados não é gasto exclusivamente para  aquilo que deveria ser o primordial. São coisas que ainda precisam ser aprimoradas em nosso Brasil, doa a quem doer, afinal, a classe politica não é a única responsável pela critica situação da saúde pública brasileira e com toda a certeza, o mercantilismo de setores da classe médica devem ser combatidos de frente pela sociedade civil organizada.

Um comentário:

Anônimo disse...

Saúde de volta logo doutor Pedroso.
São meus sinceros votos.