27 de jan. de 2013

RENAN, O PRESIDENTE!


A classe política brasileira que tanto reclama do desgaste perante a opinião pública, em suas atitudes não demonstra muita preocupação com esta. Assim como todos os outros níveis de parlamento, o Senado Federal continua acumulando um longo histórico de desmandos e sua rotina de clientelismo, esbanjamento de recursos só é alterada pelo surgimento de escândalos, em que senadores suspeitos de ilegalidade, são habitualmente protegidos pelo corporativismo de seus colegas. Ainda bem que sempre surge um punhado de bons senadores dispostos a colocar fim na crise. Eleitos PR partidos geralmente de oposição, suas lutas acabam por assumir uma feição quixotesca no conjunto de senadores que defendem a degradação da instituição com suas atitudes submissas as decisões das lideranças.

Foi desta forma com o falecido senador Jeferson Peres, representante impar do Amazonas que lançou-se candidato a presidência do Senado contra Jader Barbalho, apoiado pelo rolo compressor do governo, a época comando por Fernando Henrique Cardoso. Eleito, Jader foi obrigado a renunciar no mesmo ano, acusado de desvio de dinheiro público.

Hoje, igualmente os poucos opositores preparam a candidatura simbólica do senador Randolphe Gomes do PSOL do Amapá ou de Pedro Taques do PDT de MT, parlamentares promissores de uma nova safra, para marcar protesto contra a possível sagração de Renan Calheiros como presidente da casa, nas eleições marcadas para 1º de fevereiro. Não é piada e nem pegadinha televisiva, Renan Calheiros que está submergido no meio de denúncias de locupletamento ilícito, sonegação fiscal é o franco favorito para voltar a presidir o Senado Federal, cargo a que renunciou em 2007, no meio das denúncias de que parte de suas despesas pessoais eram pagas por um lobista de uma construtora que mantinha negócios com o governo.

Agindo desta forma, elegendo para comandar a Casa Alta do Legislativo um parlamentar constantemente envolvido em denúncias de corrupção, como a classe política quer credibilidade?