20 de abr. de 2015

Horário de sessões legislativas

Uma das heranças malditas da ditadura militar persiste até os dias atuais quando notamos com nítida clareza a falta de quadros políticos, efetivamente comprometidos com a justiça e igualdade social  em nosso pais. O que vemos com raras exceções, são políticos interessados em arrumar “boquinha” para apoiadores de suas campanhas e igualmente em busca de algum negócio da china que lhes  permitam acertar a vida, sem esforço ou muito trabalho. Esta é a triste realidade que assistimos em nosso país, decantado como pais do carnaval e pátria das chuteiras. Nem vamos nos ater em plano estadual ou federal, preferindo ficar com as coisas de nossa Bauru.
Até 1975, vereador não recebia subsídios e consequentemente os partidos tinham que caçar pessoas com a finalidade de lança-los como candidatos, e não surgiam lideranças de movimentos populares com esta intenção. Mesmo assim, a Câmara Municipal de nossa cidade, possuía duas sessões semanais, às segundas e quintas, no período noturno, possibilitando que a população acompanhasse o que se discutia em nossa pretensa Casa de Leis. O saudoso amigo e companheiro, Isaias Daibem, afirmava em alto e bom som que a Câmara era a caixa de ressonância da cidade. E mais, vereador não tinha gabinete e nem assessores diretos, utilizando-se os funcionários da casa, para desempenharem seus mandatos. A mordomia dos vereadores, eram sanduiches fornecidos pelo saudoso Lanches Molina e quando as sessões terminavam tarde da noite, o carro oficial do nosso legislativo levava para suas residências, os vereadores que não possuíam veiculo. Edison Bastos Gasparini e Oswaldo Caçador eram fregueses assíduos de Waldemar, o motorista da Câmara.
Instalaram-se gabinetes, telefones, computadores, criaram-se cargos de assessores, loteiam cargos comissionados da administração e as sessões passaram para o período vespertino, e uma única vez por semana. De graça, os vereadores trabalhavam e produziam mais para a comunidade.
Hoje, é comum vereador faltar às sessões da Câmara, para curtir uma praia ou mesmo passear pelo belíssimo roteiro gastronômico de Minas Gerais, pouco se importando com a opinião pública e com os eleitores que o elegeram.
Decididamente, faltam quadros comprometidos com os problemas da cidade, que possam vir a fazer a diferença no amanhã e claro, conscientização politica de nosso povo, para que votem efetivamente naqueles que possuam as melhores propostas para a comunidade, e não, pelo fato do cidadão arrumar medicamentos, consultas médicas e quebrar galho aqui e acolá, cevando o eleitor para este sufragar seu nome na urna.
As sessões do legislativo municipal tem que retornar ao período noturno, urgente, para que o povo possa fiscalizar de perto, o seu funcionamento.

Com a palavra, os senhores vereadores.

GOL CONTRA DE PELÈ


Nas ruas de terra da Bauru de outrora, o pequeno Dico, também conhecido como Gasolina, assombrava com a habilidade que tinha com uma rudimentar bola de meia. Saindo de Bauru e levado pelas mãos de Waldemar de Brito para o Santos Futebol Clube, deslumbrou o mundo com a bola de capotão, transformando-se em pouco tempo, em ídolo internacional do futebol, com o apelido de Pelé, deixando para trás, de forma perene as brincadeiras pelas ruas e campinhos de nossa cidade. Rei do Futebol, Atleta do Século, foram alguns dos prêmios conquistados pelo filho de Dondinho e Celeste, reconhecido internacionalmente e em muitos países ainda permanece com sua imagem em alta, muito embora tenha parado de atuar profissionalmente há quase quarenta anos e esta imagem, lhe garante polpudos contratos publicitários por todo o planeta.
Alguns predicados, entretanto, a fama e o dinheiro não conseguiram trazer ao conhecido Rei Pelé. A dignidade, solidariedade, e principalmente, reconhecer filhos que teve fora de seus múltiplos casamentos. No campo pessoal e quando resolve externar seus pensamentos, Edson Arantes transforma-se em um desastre, confirmando a fala de Romário: Pelé com a boca fechada é um grande poeta. Durante o governo militar, um grupo de presos políticos de Santos, conseguiu chegar fazer chegar ate o Rei, um manifesto, apelando para  que este entregasse para  autoridades e organismos internacionais, denunciando as péssimas condições carcerárias a que estavam submetidos e o rei, com o papel queimando as mãos, preferiu encaminhá-lo para a  polícia. Posteriormente, defendeu de forma indireta a ditadura militar, afirmando ser contra eleições diretas pelo fato do brasileiro não saber votar. Suas atitudes sempre favoráveis ao autoritarismo e contra os interesses populares.
Coisas de Rei.
Entretanto, uma coisa que assombra em seu comportamento é justamente sua frieza com relação à filha Sandra, já falecida e hoje, com seus netos, filhos da filha que a Justiça o fez reconhecer, através de memorável sentença do juiz bauruense e radicado em Santos, Dr. Joel Birelo Mandelli. Qual seria o motivo do Rei não querer conviver com a filha, não lhes prestar assistência quando estava doente, não comparecer a seus funerais e hoje, ignorar seus netos.
Não é coisa de ser humano racional.
Não existe idade para o homem rever seus posicionamentos, conceitos de vida e esperamos que prestes a completar setenta e cinco anos de idade, Pelé reveja os seus. Afinal, o propagado amor ao próximo, deve começar pelos mais próximos. Ora, se continuar agindo desta forma, estará se notabilizando não pelos belos gols marcados nos campos de todo o mundo e sim, pelos grosseiros gols contras marcados na vida particular.
Como diria um velho amigo, a esperança é a ultima a sair correndo!

Oremos!