TUCANOS E SIEMENS!

Interessante como o tucanato paulista se considera acima de tudo e de todos, e para chegarmos a esta conclusão, basta consultar os anais da Assembléia Legislativa de São Paulo e constaremos facilmente que as denúncias formuladas por opositores ou pela imprensa, jamais foram investigadas pelo poder legislativo paulista. Quando revistas de circulação nacional, muitas delas com reputação  duvidosa no tocante a independência e imparcialidade, publicam matérias contrarias aos interesses de seus adversários, os tucanos vibram e buscam repercutir a matéria, utilizando-se de redes sociais e outros instrumentos para conseguirem seus objetivos. Hoje, a situação é diferente e a grande imprensa denuncia esquema de superfaturamento e de corrupção nas obras do metrô paulista, ocorridas durante os governos tucanos nos últimos anos, baseados em denuncia formulada pela multinacional Siemens e apresentada ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE - , onde representantes da empresa declaram que ocorrem formação de cartéis, com apadrinhamento de agentes politicos do estado, para as licitações de trens  no  estado. Segundo a Siemens, todas as negociações estão registradas em diários apresentados ao CADE. Claro que Geraldo Alckmin, desmente a autorização para formação de cartéis  e que se tal ficar comprovado, com o envolvimento de algum agente público, este será severamente punido. De outro lado, o governo de São Paulo, adentrou com mandado de segurança buscando conseguir copias dos documentos entregues pela SIEMENS a CADE.

Claro que se as denuncias estivessem sendo realizadas contra dirigentes ou filhos de politicos adversários, os tucanos estariam reproduzindo as matérias e defendendo a lisura das publicações que as denunciaram, agora, quando as denuncias são realizadas contra o próprio ninho, buscam desmerecer as publicações e inclusive, os denunciantes. Lamentável, que a pratica política em um regime democrático seja desta forma.

EITA SAUDE QUE NÂO TOMA JEITO!

Quem efetivamente se preocupa com a saúde pública, não busca jamais a reserva de mercado ou mesmo obstruir as tentativas que o poder público realiza no sentido de dotar a população de um melhor atendimento médico. Em Bauru, é histórica  a rejeição por melhorias ou mesmo criticas ao sistema existente e isto  ocorre há décadas. No início dos anos 60, o vereador Edison Bastos Gasparini, criticou de forma áspera a  não permissão de entrada de novos médicos no corpo clinico da então Santa Casa de Misericórdia de Bauru, hoje HB e acabou sendo visitado por uma comitiva de médicos em seu local de trabalho, sendo agredido fisicamente pelos notáveis profissionais da saúde. Nos anos 80, a Prefeitura Municipal na gestão do próprio Gasparini, tendo continuidade no seu sucessor Tuga Angerami iniciou a implantação  dos chamados Núcleos de Saúde e esbarrou na mesma dificuldade de hoje. Abriam-se concursos públicos, os aprovados não assumiam ou faltavam candidatos inscritos. Constatou-se que tal fato era orquestrado por entidades e associações médicas, que não viam com bons olhos a ampliação do sistema de saúde pública, como se tal viesse a prejudicá-los no exercício da profissão. A saída encontrada na época foi a de publicar os Editais de Concurso Público em jornais de circulação nacional, como formula para atrair profissionais para trabalharem para a Prefeitura, sendo certo que a iniciativa revestiu-se de êxito e com o tempo, estes profissionais, rejeitados no início, acabaram por se incorporar a vida da cidade. Hoje, vemos a Prefeitura protelar a abertura da UPA do Redentor/Geisel, justamente pela falta de médicos e segundo notícias vindas da Camara Municipal, alguns profissionais  contrários a ampliação da  rede pública de saúde, estiveram durante o último sábado na inauguração desta UPA, demonstrando nitidamente seu descontentamento. Triste o papel destes profissionais, agindo passionalmente em defesa de uma pretensa reserva de mercado, pretensa pois os beneficiários da saúde publica não possuem condições financeiras de aderirem aos planos de saúde, estando fora do alcance do mercado defendido por estes profissionais. Ante tais situações, está na hora realmente de pensarmos na implantação do Hospital Municipal em nossa cidade.

Com a palavra, as nossas autoridades.

PADILHA E O GOVERNO DE SÃO PAULO.

Queiram ou não, o ministro da Saúde Alexandre Padilha, continua a percorrer o estado, anunciando ou inaugurando novas obras relacionadas a sua pasta, buscando se cacifar para a disputa do governo do Estado no próximo ano. O ex-presidente Lula é o seu padrinho político, e desta forma, pretende com a candidatura de Padilha continuar a sua política de renovação de quadros partidários, iniciada quando bateu o pé e indicou Dilma Roussef como candidata a Presidência da República, posteriormente, bancou Fernando Haddad como candidato a prefeito de São Paulo, tirando do páreo petistas históricos que cobiçavam a cadeira. Claro que hoje, a situação é totalmente diferente, considerando as manifestações de protesto que vem ocorrendo por todo o país, mesmo assim é quase certeza a candidatura do ministro da Saúde, no próximo ano, muito embora setores do PT defendam a candidatura de Aloísio Mercadante, Martha Suplicy e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso. Ao contrario, setores do PT ligados a Lula, defendem o novo, deixando de lado figurinhas carimbadas da política que já cansaram os eleitores com suas investidas eleitorais. Martha é senadora até 2018,  já Mercadante e Eduardo Cardoso, hoje não possuem mandato eletivo e devem fazer parte da chapa de Deputados Federais do partido com o intuito de puxarem votos para a legenda. Falando nisso, amplos setores do PT defendem que o senador Eduardo Suplicy não concorra a reeleição ao senado, no próximo ano, abrindo vaga para outro militante do partido, sendo que atualmente Ricardo Berzoini seria o preferido para a disputa do senado, com Suplicy engrossando a chapa dos candidatos a Deputado Federal. A engenharia política para as próximas eleições está sendo acionada e nos bastidores da política muita coisa já está rolando, e analistas políticas consideram que de todas as especulações, uma pode ser considerada como favas contadas. Justamente a candidatura de Alexandre Padilha para o governo de São Paulo.