3 de mai. de 2013

PADRE BETO, DEPUTADO?

No meio da polêmica envolvendo Padre Beto e sua discutida excomunhão por parte da Igreja Católica que alcança repercussão internacional , partidos políticos se movimentam no sentido de atrair o religioso para suas fileiras com o objetivo de lançá-lo como candidato nas próximas eleições parlamentares de 2014. O PTB, através de seu futuro presidente Toninho Gimenez realizou formalmente o primeiro convite para sua filiação e logo em seguida foi à vez do PSOL, que por intermédio do Deputado Estadual Carlos Gianezzi e do Deputado Federal Jean Willys, o convidaram para participar de eventos partidários em São Paulo e Brasília, além de filiar-se ao partido para concorrer ao cargo de Deputado Federal no próximo ano. A grande verdade é que se Beto já possuía um prestigio indiscutível em nossa cidade, enquanto religioso, hoje tornou-se uma celebridade nacional com a polemica envolvendo opiniões externadas por ele na imprensa e censuradas pela diocese bauruense, que culminaram com a aplicação da pena máxima prevista no Direito Canônico, ou seja, a excomunhão.


A polemica e o duro desfecho final, muito embora de resultado controvertido, contando com apoiadores e desaprovadores da medida extrema, transformaram Beto em uma celebridade e claro, valorizando seu passe aos olhos dos dirigentes partidários que vêem nele um potencial muito grande de votos. Beto mostra-se comedido, afirmando que ainda está discutindo familiares o seu futuro enquanto pessoa e nada decidiu ainda sobre o que fazer, não custando relembrar que já nas ultimas eleições, Beto foi sondado e convidado pelo tucano Caio Coube, a filiar-se ao PSDB e ser candidato da legenda. A época, ainda padre, Beto declinou do convite. Hoje, a situação é diferente e fora dos quadros da Igreja, não será surpresa nenhuma sua filiação e consequente candidatura no próximo ano. O resultado positivo ou negativo desta possível candidatura ninguém pode prever, entretanto, se as eleições fossem hoje, Beto seria um dos campeões de votos, sem dúvidas. Vamos aguardar a marcha dos acontecimentos para ver se Beto investirá na carreira política, onde enfrentará igualmente percalços em decorrência de sua conhecida sinceridade.

MORRE JOSÉ IBRAHIM

Faleceu mais um, daqueles que contribuíram de forma decisiva para a redemocratização de nossa Pátria, colaborando com o próprio sangue para adubar a terra Arida em democracia e liberdade, durante os hoje romanticamente chamados “anos de chumbo”. Surgiu no cenário político em 1968, ocasião em que como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, liderou a greve da COBRASMA, primeiro movimento grevista reivindicatório pós-golpe militar de 64, e em decorrência deste movimento foi cassado enquanto líder  sindical e demitido da COBRASMA, onde havia começado a trabalhar aos quatorze anos de idade. Engajou-se na militância d Vanguarda Popular Revolucionária – VPR -, ao lado do companheiro de sindicato e greve, Zequinha Barreto, tendo sido preso em 69. Zequinha em liberdade, acompanhou o Capitão Carlos Lamarca para o sertão da Bahia, onde foram mortos pela repressão, em Buriti Cristalino. Ibrahim ficou preso do DOPS da General Osório, em São Paulo, onde foi selvagemente torturado. Por ocasião do seqüestro do embaixador americano Charles Elbrich, foi colocado em liberdade em 7 de setembro de 1969, juntamente com outros 14 presos politicos da época, dentre eles, o sargento Onofre Pinto, um dos fundadores da VPR.Passou 10 anos exilado, banido do território nacional, vivendo como apátrida, somente retornando ao pais em 1979, depois da Lei de Anistia. Ajudou a fundar o PT e foi deputado federal por São Paulo, saindo posteriormente do partido, continuando a militar no movimento sindical. Indiscutivelmente, José Ibrahim foi uma das maiores lideranças sindicais surgidas depois do Golpe de 1º de Abril, coerente e revolucionário. Sua morte, deixa uma lacuna difícil de ser preenchida, principalmente em uma época onde a ideologia e os efetivos compromissos com os interesses populares, são deixados de lado, propositadamente.