18 de mar. de 2013

COMISSÃO DA VERDADE

Em ritmo lento e com pouca publicidade de seus atos, a Comissão da Justiça e da Verdade, a nível nacional, vem descontentando as entidades que ainda hoje, questionam o Governo Militar e principalmente suas praticas contrarias aos direitos humanos e a própria dignidade do ser humano. Recentemente, a Comissão adotou sua primeira medida de impacto determinando que o Atestado de Óbito do jornalista Vladimir Herzog, o Vlado, fosse ratificado, constando a partir de agora, como causa-mortis, maus tratos e torturas, na sede do DOI-CODI paulista, ao contrario de morte por asfixia, como constava até agora. A  Comissão tem a árdua tarefa de reconstruir um período obscuro da história brasileira, enfrentando dificuldades na localização de documentos oficiais do período que viessem a possibilitar a descoberta dos restos mortais de mais de 150 brasileiros, dentre eles os bauruenses Jaime e Lucio Petit da Silva, tidos como desaparecidos desde meados da década de 70. Outro caso emblemático, é o do ex-deputado Rubens Paiva, cuja família reclama seus despojos, desde o final dos anos 60. A dificuldade é grande para a Comissão da Verdade, ante a não existência de documentos que possibilitem a agilidade de seus trabalhos. Ao contrario de outros países, como Argentina e Chile, a legislação brasileira não prevê punição aos torturadores e muito menos aos governantes que ordenaram a morte de seus opositores. Mesmo assim, a Comissão da Justiça e da Verdade vem se reunindo e ouvindo personagens da história brasileira, em busca de um retrato perto do ideal, daquilo que efetivamente ocorreu durante os hoje chamados romanticamente chamados de anos de chumbo. Nesta terça-feira, no Escritório Regional da Presidência da Republica em São Paulo, serão ouvidos Pedro Lobo de Oliveira, o Gegê, Sargento da  Policia Militar de São Paulo e o bauruense Darcy Rodrigues, o Leo, ambos militantes da Vanguarda Popular Revolucionária – VPR -, presos e torturados durante o governo militar e trocado com o embaixador alemão em 15.06.1970. E na próxima quinta-feira, em Brasília, militantes do Centro de Estudos Sociais e Políticos Nossa Memória, Ninguém Apaga, estarão entregando à Comissão da Verdade, dossiê sobre as atividades da Frente Anto Comunista – FAC -, em Bauru e região.

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