23 de mar. de 2013

Memória, Feliciano e Márcio Toledo


Hoje é o dia destinado a Memória e a Verdade, que visa conscientizar a população da necessidade de se reescrever a história dos países governados por ditadores que sem nenhum pudor eliminavam fisicamente seus opositores, desapareciam com seus restos mortais e com as documentações referentes as suas passagens pelas masmorras onde as torturas seguiam métodos, muitas vezes medievais. Hoje o nosso pais avança na busca de documentos dos períodos referentes ao Estado Novo de Getúlio Vargas e da Ditadura Militar iniciada em 1º de Abril de 1964. Igualmente, são registrados a luta contra diversos preconceitos como o sexual e o racial, que vem sendo vencidos paulatinamente.Justamente neste clima de restabelecimento da verdade histórica e de ruptura com preceitos antigos que o Deputado Federal e pastor Marcos Feliciano ( PSC) é eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos da Camara Federal. Entidades de todo o país protestam diuturnamente contra o fato ocorrido, considerando que Feliciano sempre foi contra a união civil entre pessoas do mesmo sexo, postou em redes sociais que a África é um continente amaldiçoado por ter população predominantemente negra. Preconceituoso ao extremo, acabou eleito indevidamente para uma comissão Hoje que tem justamente como mote principal o fim dos preconceitos e a defesa das chamadas minorias. Lideranças evangélicas, com mandato ou não, tem tentado convencer o parlamentar a renunciar ao posto. Feliciano tem sido convidado para entrevistas e nega sistematicamente, com receio de ser questionado sobre homofobia e racismo. Falando em Direitos Humanos, hoje completam-se 42 anos do assassinato de Márcio Leite de Toledo, o comandante Carlos da Ação Libertadora Nacional, em crime assumido pelos próprios companheiros de organização. Já na época, Márcio defendia um mundo fraterno e sem preconceitos. Sua luta e sua vida, terão sido em vão?

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