Enquanto as investigações sobre o propinão tucano, a nível estadual vão sendo truncadas e a base de apoio do governador Geraldo Alckmin na Assembléia Legislativa não demonstra interesse em constituir uma Comissão Especial de Inquérito com a finalidade de serem apuradas as denúncias, a cada dia surgem novas denúncias de como foi realizado o esquema que favoreceu com propinas, altos funcionários do governo paulista. Documento apreendido em Paris pela Policia francesa na sede da multinacional Alstom comprova que a empresa para conseguir um contrato de US$ 45 milhões com a Empresa Paulista de Transmissão de Energia, em 1998, na gestão do falecido Mario Covas, desembolsou 3% do valor do contrato para pagamento de suborno, o que foi realizado em quatro parcelas, pagas entre dezembro de 1998 e setembro de 1999 para a diretoria financeira da EPTE, na época comandada por Andrea Matarazzo. As anotações referentes a propina parcelada aparecem no documento, sendo que na frente do valor de US$ 1,56 milhões, existe a informação de que 30% já teriam sido pagos e o mesmo documento demonstra que a diretoria da Alstom, em outubro de 1999, pretendia fazer um desembolso extra com a finalidade de melhorar o clima com o cliente.Entre 1998 e 1999, os diretores das áreas administrativa, técnica e financeira eram Carlos Eduardo Epaminondas França, Sidney Simonaggio e Vicente Okazaki e no final, além da propina, outros agrados foram concedidos, segundo a multinacional no documento apreendido, com a propina chegando a R$ 6,4 milhões, ou 12,3% do valor contratado. Esta é a segunda denúncia envolvendo a empresa francesa e o governo de São Paulo, durante gestões tucanas, e os denunciados como favorecidos no propinão, continuam a exercer altos cargos no governo paulista, com o governador alegando que tem que aguardar os resultados das investigações, para tomar posição. Uma CEI na Assembléia, com certeza, agilizaria as investigações.
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