Celebres são os processos instaurados durante o
regime militar, onde brasileiros eram indiciados na Lei de Segurança Nacional
por “crimes de opinião”. Eram indiciados os sindicalistas, religiosos, que
ousavam manifestar-se contra o regime arbitrário e tirano implantado em nossa
Pátria. Em Bauru, logo após a eclosão do Golpe Militar de 1º de Abril de 64,
mais de quatro dezenas de bauruenses foi presa e confinada na cadeia pública
local pela suposição de que poderiam vir a resistir contra os golpistas. Com a edição
do Ato Institucional de 09 de Abril daquele ano, centenas de brasileiros foram
demitidos de seus empregos e em Bauru, ferroviários foram demitidos no caso dos
pertencentes aos quadros da Estrada de Ferro Sorocabana ou aposentados
administrativamente, com proventos proporcionais ao tempo de serviço, no caso
da E. F. Noroeste do Brasil. Na Sorocabana, ocorreram casos absurdos como no
caso de ferroviários aposentados que em decreto do govenador Adhemar de Barros,
em um artigo foram chamados de volta ao serviço e em outro, do mesmo decreto,
foram demitidos a bem do serviço público. E ainda existem carpideiras da
ditadura que insistem em dizer que não existiam perseguições no regime militar
ou mesmo órfãos da truculência que teimam em choramingar, pedindo a sua volta.
Ora, dizer que os acusados de serem comunistas eram vagabundos e não
trabalhavam é uma verdadeira calúnia, assim como dizer que a Comissão da
Verdade busca oferecer reparação econômica aos perseguidos é uma tremenda
ignorância. A comissão da Verdade busca apurar o que de fato ocorreu nestes
vinte e um anos obscuros da história brasileira. Existe sim, reparação econômica com a
reintegração daqueles que foram punidos, sem defesa, aos seus locais de trabalho,
com o salário correspondente. A indenização cabe a aqueles que foram presos e
não é nenhum valor absurdo, afinal, são trinta salários mínimos por ano de
efetiva perseguição e o total, não pode ultrapassar R$ 100 mil reais. Mas isto
não é de competência da Comissão da Verdade e sim da Comissão de Anistia do
Ministério da Justiça, criada por FHC. Tenho buscado não entrar nesta polemica
da Tribuna do Leitor, por estar me recuperando de um grosseiro erro de um
médico brasileiro, entretanto, não dá para continuar calado ante as
“abobrinhas” que tem sido veiculadas. Por conta do espaço e da paciência do
leitor, nem vou explicar novamente que contra toda ação, existe uma reação e
este foi o motivo principal para que três anos após o golpe, assistindo
companheiros sendo presos e torturados pela pratica do “crime de opinião”,
muitos saíssem dos quadros do Partido Comunista Brasileiro que defendia as vias
pacificas para a derrubada dos golpistas e criassem organizações armadas na
tentativa de derrubarem os golpistas. A máscara já caiu e continua caindo, com
aqueles torturadores que aceitam em falar a verdade sobre aquele período,
morrendo de forma estranha. Oportunistas existem aos borbotões, e tem até
militar excluído das forças armadas por porte de substancia entorpecente,
querendo passar por perseguido político. Em relação ao companheiro Arthur
Monteiro Junior, nem vou perder tempo defendendo, pois é de conhecimento
público a sua coerência, solidariedade, ética e moral. Aliás, ele poderia
patrocinar ações dos velhos militantes que ainda ousam sobreviver e dos
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