29 de ago. de 2014

35º ANIVERSÁRIO DA ANISTIA POLÍTICA

Neste agosto, completam trinta e cinco anos a aprovação da Lei de Anistia Politica, durante o governo do último ditador João Batista Figueiredo, lei esta que possibilitou o retorno dos exilados e banidos, da soltura de presos políticos e a volta para o cenário político daqueles que tiveram seus direitos políticos cassados, por atos discricionários do regime militar. Por acordo entre as lideranças partidárias de então – MDB e ARENA -, a mesma lei anistiou torturadores, seus mandantes e todos aqueles que atentaram contra a liberdade e democracia. A explicação, na época era que não poderíamos viver em um pretenso revanchismo se quiséssemos ter a reconciliação nacional. Passamos por cima de decisões internacionais que consideram a tortura como crime de lesa humanidade e desta forma, imprescritíveis. A própria legislação brasileira considera o ocultamento de cadáveres como igualmente perenes e imprescritíveis, o que deveria ensejar em uma reformulação da legislação, mandando-se para o banco dos réus, aqueles que torturaram e mataram opositores durante os vinte e um anos do regime militar.
Outro ponto da lei que decorridos trinta e cinco anos, ainda não foi devidamente aplicado é o reintegração de funcionários demitidos de seus empregos, sob a acusação de manterem atividades subversivas e atentatórias contra a segurança nacional. No ocaso de seu governo de oito anos, FHC através de medida provisória regulamentou o artigo 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT – e instituiu junto ao Ministério da Justiça, Comissão de Anistia e Paz, com a finalidade de transformar a lei em realidade para os perseguidos políticos, devolvendo a estes os direitos solapados durante a ditadura. Em seu final de governo, poucos processos foram julgados, merecendo destaque a celeridade com que foi aprovada a anistia de José Serra. Em 06/12/2002, após ter sido derrotado nas eleições presidenciais, Serra protocolizou seu processo de anistia que foi protocolizado, autuado e relatado em dois dias, indo a julgamento e aprovado em 08/12/2002, com sua portaria sendo publicado em 19.12, apenas 13 dias após adentrar com sua solicitação junto à comissão. Enquanto isso, o pobre mortal, a anônimo punido, vê suas forças se esvaindo,  sua vida caminhando para o fim, sem que seus processos tenham solução.
Vamos nos transformando na Pátria sem punição aos torturadores e sem a reparação devida aos torturados, em um total contrassenso e que a história haverá de cuidar. Até quando nosso regime democrático continuará perpetuando as punições sofridas por trabalhadores e ativistas políticos durante o regime ditatorial?
Faltam audácia, coragem e vontade para solucionar de vez esta pendenga. Hoje, a Comissão de Anistia funciona em caráter precário, sem analistas de processos em número suficiente para limpar a pauta, julgar os casos remanescentes e encerrar suas atividades. Como a esperança é a última a sair correndo, esperamos que a presidenta Dilma Rousseff, perseguida politica durante a ditadura, determine ao Ministro da Justiça, celeridade no julgamento dos processos de anistia política, antes que os perseguidos morram em sua totalidade;

Questão de coerência e de Justiça.

27 de ago. de 2014

UM CAIXA 2, PRETENSAMENTE SOCIALISTA

Ao que parece a moralidade e a ética socialista caíram por terra, juntamente com o avião que transportava o presidenciável Eduardo Campos e sua vice, Marina Silva. Surgem indícios de que o avião foi adquirido por empresas fantasmas, sem lastro financeiro para sua aquisição, o que fez gerar a suspeita de que na realidade teria sido adquirido com recursos do caixa 2 do Partido Socialista Brasileiro, o outrora glorioso PSB. A listagem com depósitos e pagadores foi entregue a Polícia Federal pelos antigos donos da aeronave, Alexandre e Fabricio Andrade, sócios proprietários do grupo A.F. Andrade de Ribeirão Preto e em depoimento prestado a PF, informaram que venderam o avião para três empresários de Pernambuco: João Carlos Lyra Pessoa de Mello, Apolo Santana Filho e Eduardo Ventola, com os pagamentos sendo realizados através de 16 depósitos bancários, realizados em nome de seis empresas ou pessoas diferentes, totalizando 1,71 milhão de reais.
A “ plin-plin” por meio do Jornal Nacional mostrou que entre as empresas estão a peixaria Geovane Pescados, a RM Construtora que funciona em uma casa de Recife e a Camâra & Vasconcelos, cuja sede é uma sala vazia. Além do valor pago à A.F. Andrade, os empresários pernambucanos assumiram uma divida com a Cessna, fabricante do avião, sendo que as duas empresas indicadas para substituírem o grupo de Ribeirão Preto no leasing com a fabricante, não foram aceitas, e desta forma o negócio não havia sido concretizado.
A PF investiga quais os motivos de o real dono e o operador do avião serem diferentes, pois apesar de estar ainda registrado em nome da ANAC, o jato era usado por Eduardo Campos desde maio, em sua campanha. Conclusões preliminares, dão conta que poderiam ter ocorrido que a aquisição teria sido realizada com numerários de caixa 2, ou de empresários ou do partido.
Interessante se registrar que os empresários são de Pernambuco, estado governado por Eduardo Campos, até meses atrás, restando saber se os empresários prestavam serviços para o governo do presidenciável morto. Além de se buscar saber qual a posição de Sua Santidade, Marina I, neste episódio, ela que era passageira habitual da aeronave sinistrada. Sabia da origem do avião, de sua nebulosa compra e mesmo assim, o utilizava? Se for assim, os exacerbados pruridos da hoje presidenciável são para inglês ver. Ou, não?
Marina tem muito que explicar aos eleitores brasileiros. Desde o corte e comercialização de mogno por seu marido, desde o abandono dos ideais de seu guru politico, Chico Mendes até a aliança com quem compra avião com caixa 2, de partido ou mesmo de governo. Não aceitar recursos de determinados segmentos empresariais, a partir desta constatação é pura hipocrisia.
Estamos de olho em você e seus apoiadores, Marina I.
No seu séquito existem pessoas que defendem o fim as saúde pública e criticam a contratação de médicos para atenderem pobres, como no caso de um candidato a Deputado Estadual, pelo partido que você alugou para disputar as atuais eleições. Aliás, a locação partidária foi com caixa oficial ou o conhecido 2?

Pode parar, não voto em quem esconde a verdade!

9 de ago. de 2014

A sucessão presidencial e ética tucana!

O tabuleiro da sucessão presidencial começa a se movimentar, com os analistas dos grandes partidos, atentos a toda e qualquer movimentação dos adversários e aos deslizes dos aliados e quem pensa que o quadro está definido, com os candidatos até agora apresentados, pode estar redondamente enganado, pois mesmo com as candidaturas já registradas, alterações podem surgir a qualquer momento, desde que não atinjam o crescimento desejado por seus mentores. Sinal de alerta, está aceso na campanha do tucano Aécio Neves, ante a declaração de FHC a um jornalista de o Estado de São Paulo, dizendo que o mineiro é nanico politicamente e que jamais será um estadista.
Não podemos nos esquecer que FHC é um dos cardeais tucanos e que sua opinião costuma ser respeitada no ninho, além de ter como eterno aliado o candidato ao senado, José Serra e quem conhece o jeito de fazer politica deste, sabe muito bem que jamais deixou de almejar a Presidência da República e que em sua vida pública, sempre agiu como verdadeiro trator, para tirar de sua frente os obstáculos que pudessem atrapalhar seus planos. Em 2002, um acordo entre os partidos da base do governo de FHC, dizia que seria candidato a presidente, o candidato que na época das convenções partidárias estivesse melhor pontuado nas pesquisas de opinião pública e Roseane Sarney bombava nas intenções de voto e acabou sendo surpreendida pela “visita” da polícia federal ao escritório comandado pelo marido, onde foi apreendida grande valor em dinheiro e a partir deste fato, sua candidatura naufragou abrindo espaço para Serra.
Estranho que somente agora surjam as denúncias da construção de aeroportos, com verbas do Estado de Minas Gerais em propriedades de familiares de Aécio Neves e que vídeos onde o tucano aparece visivelmente embriagado, estejam sendo divulgados. Não vai demorar para aparecer imagens de quando foi pego pelo bafômetro nas ruas cariocas e impedido de continuar dirigindo. Interessante deixar registrado que a classe dominante em nosso país, na incessante busca de recuperar seu poder de mando junto aos governantes, continue a insistir na sua candidatura. Claro que continuarão com esta postura, por entenderem mais fácil manobrar um mauricinho envelhecido do que alguém com postura ideológica definida. Aliás, a embalagem falsa de bom menino não reveste apenas o tucano, e também, o ex-governador pernambucano Eduardo Campos.
Risível os discursos dele e de sua vice, Marina ao inaugurarem a casa de Eduardo e Marina, na cidade de Osasco, afirmando que estes comitês domiciliares eram oferecidos pelo povo que queriam mudança no país. Na sequencia, entrevistaram o dono da casa e este ao ser perguntado sobre porque havia cedido sua residência, foi taxativo na resposta: quero ver se ganho algum. Os pretensos socialistas estão inaugurando o voluntariado pago, acreditando que o povo é besta, ignorante e não percebe as maracutaias que cercam estas campanhas eleitorais. Ora, prometem melhorar a vida dos brasileiros, manter o Minha Casa, Minha Vida, o Mais Médicos e o Bolsa Família, projetos criticados pela burguesia decadente, e mais, amplia-los.
Quanta hipocrisia!
Os tucanos se arvoram como proprietários da ética e da moralidade, entretanto, deixam a desejar nestes quesitos e isto vem desde sua fundação e das primeiras eleições disputadas. Não podemos nos esquecer que para tentar salvar a derrotada candidatura de Mário Covas, ao Governo do Estado de São Paulo, em 1990, inventaram o tal de misto quente, com Covas governador e Suplicy para Senador, abandonando a candidatura de Montoro ao Senado, em verdadeira traição contra um dos fundadores da legenda. São morais e éticos, entretanto, obstaculizam a tentativa de formação de qualquer CPI na Assembleia Paulista. Para encerrar, uma pergunta fica no ar: de quem é a fabrica de tornozeleiras eletrônicas utilizadas pelos presos paulistas em suas saidinhas.
Não vale citar parentes de parlamentares tucanos, eles são éticos!