16 de mar. de 2013

JURI OU SHOW?

Terminou o juri de Mizael Bispo acusado de matar Mércia Nakashima. O julgamento transformado em reality show com trasmissão ao vivo pela tv, internet concluiu que Mizael foi o assassino de Mércia e condenou-o a pena de 20 anos de prisão, em regime fechado.Como se encontra preso há um ano e terá que cumprir 2/5 da pena, Mizael deverá permanecer preso por mais 7 anos quando poderá obter progressão da pena, passando para o regime semi-aberto e posteriormente para o aberto. A acusação parece satisfeita com a pena e claro, a defesa demonstra visivel contrariedade com seu advogado afirmando que o resultado do júri foi o maior erro judiciário registrado no Brasil e que a condenação contraria totalmente o conjunto de provas existentes no processo. Além disso, criticou o fato do juiz ter aumentado a pena em dois anos sob a alegação de que Mizael mentiu durante sua defesa. Segundo a defesa, a mentira não é considerada crime e desta forma não poderia servir para agravar a pena de seu cliente. Ao contrário da defesa, quem ficou satisfeita com o júri foi a TV Record que registrou seus maiores indices de audiencia no ano, com a transmissão ao vivo. Analistas se dividem na análise sobre a validade ou não de transmissões deste tipo. Alguns entendem ter sido positiva a iniciativa pioneira proporcionando a população saber como funciona a justiça nestes casos e que os atos judciais devem ter ampla divulgação, considerando que o Poder Judiciário é mantido pelo imposto pago pelos contribuintes. Outros entendem que existe o perigo de nos juris transmitidos ao vivo, as partes envolvidas - defesa e acusação - passem a considerar o Tribunal do Jurí como um show na qual a dignidade e a busca da verdade transformem-se em itens secundários. Efetivamente isto é um risco grave, considerando que o Júri popular, que por sua própria natureza, já é um grande teatro, com o corpo de jurados decidindo com base em emoções e impressões, e não no conhecimento da lei.

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