Em 1976, a ditadura buscava se reerguer moralmente, vindo de revezes nas urnas para as eleições parlamentares, criando o senador biônico com a finalidade de obter a maioria no Senado Federal, colocando em nossa Câmara Alta, verdadeiras vaquinhas de presépio que docilmente atendiam as determinações dos ditadores-generais de plantão. Qualquer deslize de algum membro da oposição era tratada com o rigor da lei. Vlado e Manoel Fiel Filho haviam sido assassinados pelos integrantes da tropa de choque ditatorial; a chacina da Lapa havia destruído o Comitê Central do PCdoB que já enfrentava o estertor da “ Guerrilha do Araguaia”, manifestações publica s eram enfrentadas na porrada e em São Paulo tínhamos dois lídimos representantes do prendo, torturo e arrebento que eram os Coronéis Arnaldo Braga e Erasmo Dias. A oposição, tanto a consentida, representada pelo MDB como a clandestina, representada pelas organizações armadas de combate a ditadura ou pelos movimentos populares que clamavam por Anistia Política, Assembléia Nacional Constituinte, Movimentos contra a Carestia, não podiam ter o mínimo deslize, pois estes forneciam argumentos aos ditadores requisitarem horários na mídia falada e espaço na escrita para repetirem a cantilena de que brasileiro não sabia votar, justificando desta forma a continuidade do regime ditatorial. Nesta época, Edson, codinome Pelé, cometeu mais uma de suas gafes, afirmando a mesma coisa. Justifica portanto, nos dias atuais, o Deputado Federal afirmar que o chamado Rei do Futebol é um poeta com a boca fechada.
Neste quadro o MDB tinha folgada maioria na Assembléia Legislativa de São Paulo, graças à avalanche de votos recebidos nas eleições de 1974 e não era pelo motivo do cidadão ser filiado ao MDB que se tornava um elemento efetivamente comprometido com a luta pela redemocratização de nossa pátria. O Movimento Democrático Brasileiro era um conglomerado de pessoas que buscava espaça político, a qualquer custo, como nos dias atuais, encontramos em todos os partidos. Tínhamos a ala autentica do partido, minoritária, que lutava pela redemocratização, pela anistia e por uma vida digna e justa para o nosso povo. Os demais, chamados de adesistas, buscavam pura e simplesmente benesse s pessoais. Tínhamos ainda os moderados que defendiam a oposição pacifica e convivência harmônica com os ditadores.
Neste quadro de verdadeira geléia, sem identidade ideológica, o MDB não conseguia encontrar um nome de consenso para presidir a Assembléia Legislativa paulista, acabando por surgir como solução, de consenso entre as diversas correntes o nome do Deputado Leonel Júlio., natural da pequena Duartina, no centro oeste-paulista, considerado um cidadão calmo e pacato, de relacionamento amistoso e amigo com todos, surgindo como o “tertius” sem grandes rejeições. Interiorano e eleito pelos votos da região periférica de Ermelino Matarazzo, buscou de forma até intensa, estar a altura do cargo, mesmo na sua humilde situação de parlamentar educado, afável, entretanto, sem grande base cultural
Guindado a presidente da Assembléia, chefe do Poder Legislativo Estadual, o parlamentar de origem humilde, deslumbrou-se com o poder e sobretudo, pela importância do cargo, e mal assessorado, realizou viagens com comitivas exageradas e adquiria produtos com verbas da Assembléia, que depois utilizava para presentear amigos, correligionários, funcionários, chegando até a oferecer mimos aos membros do Comitê de Imprensa da AL que ao não aceitarem os presentes, deixaram Leonel Júlio, ofendido.
O clima ficou ainda mais constrangedor, quando jornalistas, deputados e autoridades de outros poderes, receberam copias de compras de notas fiscais da aquisição de calcinhas femininas, em grande quantidade, no exterior. As calcinhas não estavam expostas entre os demais mimos, que os jornalistas que cobriam a casa. Viram, quando lhe foram oferecidos presentes. A revelação repercutiu negativamente, caindo como uma verdadeira bomba entre jornalistas, funcionários e deputados. Os jornalistas entendendo que o fato era importante, como denúncia grave, especialmente por se tratar de uso indevido de dinheiro publica.
Todos sabiam que em época de ditadura e do famigerado AI-5, tornar publica a denuncia poderia significar a cassação do mandato, sem direito a defesa por parte do acusado, se é que tal existia, afinal, como encontrar defesa para justificar a compra de lingerie com verba pública. Publicada a noticia, conhecida como o “escândalo das calcinhas”, mesmo com os jornalistas entendendo que o deputado havia sido ingênuo no episodio todo e a cassação, mesmo por corrupção, era um ato de arbítrio, sem chances de contraditório.
Desta forma, com fundamentação no AI-5, em 03 de Dezembro de 1976, decreto do general-ditador Ernesto Geisel cassava o mandato parlamentar de Leonel Júlio e suspendia seus direitos políticos por 10 anos, encerrando a carreira política do humilde parlamentar de Duartina, deixando uma duvida perene na cabeça de quem acompanhou o caso. Leonel Júlio chegou a ver alguns exemplares das calcinhas devidamente recheados?
Brincadeiras a parte, fatos como este demonstram claramente a necessidade de defendermos com constância, de forma diuturna, a democracia e a liberdade de expressão, não podendo nem pensar em
voltar aos tempos ditatoriais ou mesmo de grupos que queiram impor suas opiniões na marra, como vemos atualmente na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, onde o pastor Marcos Feliciano, destila sei ódio contra os homossexuais, afrodescedentes e demais minorias, como se sua verdade fosse a única. Chega ao desplante maior, demonstrando desequilíbrio mental e exagerada tesão pelos holofotes da mídia que John Lennon e os Mamonas Assassinas morreram com a substancial ajuda das mãos de Deus. Sou marxista e ateu, e mesmo assim, ouso dizer que o meu DEUS é diferente do DEUS de Feliciano, pois o meu não defende ódio , discriminação e muito menos, tira a vida de alguém, antes do tempo, ao contrario do DEUS paraguaio desta verdadeira anta que afirma ser pastor e servp de Deus. Concordar com a permanência deste cidadão a frente desta comissão é jogar na lata do lixo da história, todas as conquistas que as chamadas minorias conquistaram nos últimos anos. Tempos atrás, estava com meu irmão Kaxassa, em uma barraca de uma feira livre, comendo um pastel, com os poros expelindo o excesso de álcool e as pernas e bafo, denunciando nosso lastimável estado etílico, quando uma senhora de longos cabelos, não muito bem cuidados, obesa e não representando condignamente a beleza feminina, aproximou-se com o dedo em riste:
- Os senhores sabem que o Brasil é o segundo maior consumidor de álcool do mundo?
- Culpa dos crentes, responde o Kaxassa...
- Como culpa dos crentes? Eles não bebem !
- Pois se bebessem... seriamos os campeões...disparados... sua gorda feia....
- Bêbado! Cachaceiro!
- A minha sorte é que amanhã estarei bom e você, continuara gorda e feia....
Nunca acreditei que no dia seguinte o Kaxassa estaria bom, assim como nunca duvidei de sua afirmativa., com certeza, a mulher, continuou obesa, feia, sem educação e mal cuidada.
Na realidade, enfrentamos com armas na mão ou não, a ditadura militar e se vacilarmos, amanhã estaremos enfrentando uma ditadura protestante, quando o cidadão poderá ser preso por crimes de opinião, de costumes, pela cor, pela raça – já que a anta afirmou que África é um continente amaldiçoado por seu Deus, made in Paraguai. . Ante a omissão popular, já me preparei e transformei uma Bíblia em um estojo, onde cabe uma pequena garrafa de cachaça de boa qualidade, para qualquer emergência. Estou preocupado com os com os companheiros de Ribeirão Preto e com a possibilidade do Aloprado transformar o Cauim na Igreja Universal do Reino de Feliciano, investindo-se do papel de pastor exorcista, transformando Kaxassa e Sarjeta em seus auxiliares diretos, tendo Tupinambá na retaguarda para qualquer emergência. Vão morrer de cirrose, mais rápido ainda. Vai ter suruba e cachaça todo dia, depois dos cultos curtos do Aloprado, onde se aterá somente nas promessas de castigo divinos para quem não pagar o dizimo e ofertar grandes quantias na hora sagrada da oferenda.
Errado estava Leonel Júlio em comprar calcinhas com dinheiro do povo e errados estão os falsos protestantes em querer de forma hipócrita impor suas idéias, Digo hipócrita, com toda a certeza, pois conheço diversos pastores de diversas denominações, inclusive da mesma da anta, que entre quatro paredes o contrariam, e fazem verdadeiros bacanais onde a atração principal é a própria região glútea. E com ares santificados, após a conjunção carnal homossexual, colocam paletó e gravata, e sem passar óleo de peroba na cara,, sobem ao púlpito e realizam violentos sermões homofóbicos. Se quiserem questionar, desmentindo minha afirmativa, desafio-os desde já, a realizar o teste da farinha, de preferência na Praça XV de Ribeirão Preto, defronte ao Pingüim, possibilitando que possamos assistir o desmascaramento da turba, saboreando um chope bem gelado.
Com este discurso falso e contrário aquilo que praticam no dia-a-dia, estariam buscando a reserva de mercado?
Parem com isso e demonstrem na pratica que efetivamente estão interessados no bem estar do povo, praticando atitudes dignas de um ser humano e não, incentivando a discórdia e o preconceito. E deixo claro para a anta que toda família que se preza, possui em seu seio um louco e um homo. Na minha, por unanimidade foi definido que o louco sou eu e na sua?????
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