23 de set. de 2013

A VERDADE COMEÇA A APARECER

Devagar, com certa morosidade, a real história brasileira referente ao período em que o Brasil foi governado pelos militares – 64 à 85 -, vai sendo recontada e consequentemente com grandes possibilidades de ser reescrita com fidelidade. Papel importante neste aspecto tem sido das Comissões da Verdade instaladas por todo o país, que vem levantando documentos oficiais e colhendo depoimentos sobre o período. Na última sexta-feira, audiência pública realizada pela Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, coordenada pelo jornalista Ivan Seixas, em parceria com a Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, revelou fatos ainda desconhecidos do grande público e da própria comunidade acadêmica, interessada em estudar o período da ditadura militar. A mais estarrecedora delas é que as prisões e torturas, eram realizadas por ordem direta da Presidência da República e que, se algum torturador avançasse o sinal, sem ordens, era punido.As informações desmistificam as informações até hoje predominantes deque os generais presidentes não sabiam aquilo que são chamados popularmente de porões da ditadura, que na realidade seriam sotões, com pleno conhecimento e apoio dos comandantes militares. Foram apresentados documentos em que fica claro e nítido que o aparato da repressão funcionava com base em uma cadeia do comando e em um cronograma do Estado. Segundo as pesquisas desenvolvidas pela comissão paulista, o sistema no estado de São Paulo, funcionava a partir da Operação Bandeirantes – OBAN e chegava ao ditador de plantão. A OBAN se reportava ao Destacamento de Operações de Informações – DOI -, e a cadeia de comando seguia na seqüência: Centro de Operações de Defesa Interna – CODI -, Chefia do Estado Maior do II Exército, Sistema Nacional de Informações – SNI e, por fim, presidente da República. Importante, sobre todos os aspectos, notadamente o histórico, os trabalhos de pesquisas desenvolvidos, visando, sobretudo, estabelecer a verdade, sobre este período obscuro da história brasileira.

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