20 de abr. de 2015

GOL CONTRA DE PELÈ


Nas ruas de terra da Bauru de outrora, o pequeno Dico, também conhecido como Gasolina, assombrava com a habilidade que tinha com uma rudimentar bola de meia. Saindo de Bauru e levado pelas mãos de Waldemar de Brito para o Santos Futebol Clube, deslumbrou o mundo com a bola de capotão, transformando-se em pouco tempo, em ídolo internacional do futebol, com o apelido de Pelé, deixando para trás, de forma perene as brincadeiras pelas ruas e campinhos de nossa cidade. Rei do Futebol, Atleta do Século, foram alguns dos prêmios conquistados pelo filho de Dondinho e Celeste, reconhecido internacionalmente e em muitos países ainda permanece com sua imagem em alta, muito embora tenha parado de atuar profissionalmente há quase quarenta anos e esta imagem, lhe garante polpudos contratos publicitários por todo o planeta.
Alguns predicados, entretanto, a fama e o dinheiro não conseguiram trazer ao conhecido Rei Pelé. A dignidade, solidariedade, e principalmente, reconhecer filhos que teve fora de seus múltiplos casamentos. No campo pessoal e quando resolve externar seus pensamentos, Edson Arantes transforma-se em um desastre, confirmando a fala de Romário: Pelé com a boca fechada é um grande poeta. Durante o governo militar, um grupo de presos políticos de Santos, conseguiu chegar fazer chegar ate o Rei, um manifesto, apelando para  que este entregasse para  autoridades e organismos internacionais, denunciando as péssimas condições carcerárias a que estavam submetidos e o rei, com o papel queimando as mãos, preferiu encaminhá-lo para a  polícia. Posteriormente, defendeu de forma indireta a ditadura militar, afirmando ser contra eleições diretas pelo fato do brasileiro não saber votar. Suas atitudes sempre favoráveis ao autoritarismo e contra os interesses populares.
Coisas de Rei.
Entretanto, uma coisa que assombra em seu comportamento é justamente sua frieza com relação à filha Sandra, já falecida e hoje, com seus netos, filhos da filha que a Justiça o fez reconhecer, através de memorável sentença do juiz bauruense e radicado em Santos, Dr. Joel Birelo Mandelli. Qual seria o motivo do Rei não querer conviver com a filha, não lhes prestar assistência quando estava doente, não comparecer a seus funerais e hoje, ignorar seus netos.
Não é coisa de ser humano racional.
Não existe idade para o homem rever seus posicionamentos, conceitos de vida e esperamos que prestes a completar setenta e cinco anos de idade, Pelé reveja os seus. Afinal, o propagado amor ao próximo, deve começar pelos mais próximos. Ora, se continuar agindo desta forma, estará se notabilizando não pelos belos gols marcados nos campos de todo o mundo e sim, pelos grosseiros gols contras marcados na vida particular.
Como diria um velho amigo, a esperança é a ultima a sair correndo!

Oremos!

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