1 de nov. de 2013

TRINTA ANOS SEM GASPARINI

Hoje, completam-se trinta anos da morte de Edison Bastos Gasparini, ex-vereador e ex-prefeito municipal de Bauru. Gasparini até os dias de hoje é considerado um dos políticos mais coerentes que atuaram em nossa cidade. Vereador por diversos mandatos, elegendo-se pela primeira vez pelo PTN – Partido Trabalhista Nacional -, no ano de 1959, reelegendo-se em 63 pelo PSB – Partido Socialista Brasileiro – e posteriormente, em 1968,1972 e 1976 pelo Movimento Democrático Brasileiro. Quando da eclosão do Golpe Militar de 1964, foi implacavelmente perseguido, rotulado de comunista perigoso, levando o franzino vereador a empreender fuga, para se safar das ameaças, inclusive de morte que sofria. Desta insana perseguição restou uma perda perene, pois ao ver sua casa invadida pela polícia, fortemente armada, dona Darcy, sua esposa, naturalmente nervosa acabou por ter a gravidez interrompida, perdendo o filho que aguardavam com ansiedade. Gasparini teve seu mandato cassado pela Câmara Municipal de nossa cidade, em tumultuada sessão realizada em 6 de abril de 1964, cassação esta eivada de erros, fato que levou Gasparini a retomar seu mandato na Justiça, no ano de 1965. Gasparini preocupava-se com a organização popular e buscava de forma incessante, criar associações sindicais e de segmentos da comunidade. Humilde no dia-a-dia transformava-se um verdadeiro gigante na Tribuna de nosso legislativo, sempre em defesa dos oprimidos. Tinha uma vida familiar humilde e franciscana, entretanto, jamais deixava de atender quem o procurava principalmente em busca de medicamentos ou leite para crianças. Sem sombras de dúvidas, Gasparini se transformou na voz dos oprimidos, defensor intransigente da classe trabalhadora, gerando por isso uma perseguição insana por parte dos detentores do poder. Teve seu trabalho reconhecido pela população de Bauru, que o elegeu prefeito nas eleições de 1982, cargo que praticamente não exerceu, em decorrência da doença que o levou a morte, menos de sete meses depois de sua posse. Em uma época de mensalão, dinheiro na cueca, seguidas denuncias de corrupção, a ética e a coerência de Gasparini fazem falta. Ou, não?



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