15 de set. de 2013

MÉDICOS E RESERVA DE MERCADO



Quem efetivamente se preocupa com a saúde pública, não busca jamais a reserva de mercado ou mesmo obstruir as tentativas que o poder público realiza no sentido de dotar a população de um melhor atendimento médico. Em Bauru, é histórica  a rejeição por melhorias ou mesmo criticas ao sistema existente e isto  ocorre há décadas. No início dos anos 60, o vereador Edison Bastos Gasparini, criticou de forma áspera a  não permissão de entrada de novos médicos no corpo clinico da então Santa Casa de Misericórdia de Bauru, hoje HB e acabou sendo visitado por uma comitiva de médicos em seu local de trabalho, sendo agredido fisicamente pelos notáveis profissionais da saúde. Nos anos 80, a Prefeitura Municipal na gestão do próprio Gasparini, tendo continuidade no seu sucessor Tuga Angerami iniciou a implantação  dos chamados Núcleos de Saúde e esbarrou na mesma dificuldade de hoje. Abriam-se concursos públicos, os aprovados não assumiam ou faltavam candidatos inscritos. Constatou-se que tal fato era orquestrado por entidades e associações médicas, que não viam com bons olhos a ampliação do sistema de saúde pública, como se tal viesse a prejudicá-los no exercício da profissão. A saída encontrada na época foi a de publicar os Editais de Concurso Público em jornais de circulação nacional, como formula para atrair profissionais para trabalharem para a Prefeitura, sendo certo que a iniciativa revestiu-se de êxito e com o tempo, estes profissionais, rejeitados no início, acabaram por se incorporar a vida da cidade. Hoje, vemos a Prefeitura protelar a abertura da UPA do Redentor/Geisel, justamente pela falta de médicos e segundo notícias vindas da Camara Municipal, alguns profissionais  contrários a ampliação da  rede pública de saúde, estiveram durante o último sábado na inauguração desta UPA, demonstrando nitidamente seu descontentamento. Triste o papel destes profissionais, agindo passionalmente em defesa de uma pretensa reserva de mercado, pretensa pois os beneficiários da saúde publica não possuem condições financeiras de aderirem aos planos de saúde, estando fora do alcance do mercado defendido por estes profissionais. Ante tais situações, está na hora realmente de pensarmos na implantação do Hospital Municipal em nossa cidade.
Com a palavra, as nossas autoridades.

Nenhum comentário: